Quando voltas, meu amor?

Escurece, os ponteiros movem-se lentamente e o corpo vai pedindo…
Carregadas olheiras, uma dor letal e a boca vai-se fechando…
Quero os teus lábios num entrelaço de linguas de água e fogo
Quero o teu corpo ardente dissolvido em amor…
Eras parte de mim, radiavas em cada sorriso o sol da paixão que nos unia
Hoje sou um mar salgado e a cada segundo, uma gota de desalento…
Sabes, após o teu abalo, foi como se um oceano desabasse em mim,
E agora sou feito de lágrimas, umas de saudade, outras de ódio.
Há dias que te tenho raiva animalesca, noutros quero-te envolvida dócilmente
Nos lençóis que completam o nosso feliz lar…
Questiono-me, por vezes, acerca da tua partida, da tua errada partida
A retórica perdura em todos os momentos mortos que tenho,
No trabalho e no duche e no carro, é uma constante…
Porquê? Não era para sempre? Não dizias que éramos um só?
Pois, são essas tuas falsas palavras que hoje eu contesto
Não gosto de amores rodeados de farsa, esses, naturalmente, eu protesto!
Ainda assim, erradamente e eu sei disso, espero que regresses e,
No meio de tantas perguntas que já surgiram, quero-te eu fazer a última…
Quando voltas, meu amor?

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