De mãe para filho
Olho para o relógio a querer parar o tempo.
São oito da noite. Três pratos na mesa como sempre.
Corpo dormente, cabeça quente, pouco eloquente
Entradas amargas, que vão ficando frias...
E chegam as memórias dos nossos dias.
De mãe para filho, escrevo-te amargurada
Começo por dizer-te o quanto me sinto abençoada
Por ter dado o melhor de mim, e tu de ti
Num dia-a-dia intenso, acredita que sim.
Anos a fio a caminhar contigo
Sonhos destruídos pela força do destino
Que nos impediu de crescer, de tanto viver
E que me fez regressar à 'escola', para reaprender.
A vida pregou-me uma partida, dura
Mantém sempre o teu sorriso, jura.
Porque tu és assim, continuas bem presente
Falar em ti no passado deixa-me doente,
Porque é estranho, incompreensível em momentos
Segue esta carta, envolta de sentimentos.
Nunca te esqueças de mim, guardo o teu brilho
Espero que leias esta carta, de mãe para filho.
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